sábado, 10 de abril de 2010

Sobrevivente da bomba atômica conta sobre sua experiência

Era 06 de agosto de 1945. A cidade de Hiroshima, no Japão, rodeada por sete rios amanheceu sem grandes novidades, apenas seus habitantes, em sua maioria, mulheres e crianças, acordaram para mais um dia sob a tensão da guerra, pois, seus homens estavam no combate, e o país por questão de honra não queria se render.
Takashi Morita, policial, de 21 anos, foi incumbido de levar algumas pessoas ao lado Leste da cidade e, no caminho, presenciou e sobreviveu a um dos acontecimentos mais relevantes da história: a destruição de Hiroshima pela explosão da bomba atômica.
“Era o inferno”, assim definiu Morita acerca deste fato ocorrido na época da Segunda Guerra Mundial, em entrevista aos alunos da Universidade São Judas, no Butantã, no final do ano passado. A coletiva também contou com a presença de André Loula, professor de história da Universidade de São Paulo.
O ex-policial contou sobre a experiência vivida e o papel que desempenha na sociedade pois, fundou, em 1984, a Associação das Vítimas da Bomba Atômica. Seu trabalho consiste em prestar atendimento a pessoas que sofreram acidentes radioativos, como foi o caso das vítimas do acidente ocorrido em Goiás, no ano de 1987, o Césio 137.
Segundo Loula, “a bomba de Hiroshima usou 1 % de seu poder. Hoje, ela pode destruir trinta vezes a Terra”. Na época, sua temperatura chegou a 4500 centígrados, e pessoas se jogavam nos rios que rodeavam a cidade, sentiam sede e fome, no entanto, não podiam comer; tudo havia sido destruído e o que restou estava contaminado. Hiroshima foi o cenário escolhido pelos Estados Unidos para um teste que tinha como objetivo ver o potencial da bomba atômica.
O ex-policial conta que anos após o atentado, teve aumento de glóbulos brancos, graças à radioatividade absorvida por seu corpo e viveu o início de uma leucemia, que foi tratava e curada logo no começo.
“Na época, quando algum japonês vinha para o Brasil, o Japão falava que ele havia traído a pátria”, afirmou Morita que, por sua vez, casou-se um ano após o atentado com outra sobrevivente, Ayako Morita e ambos vieram para o Peru e depois para o Brasil, onde criaram seus dois filhos.

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