terça-feira, 11 de maio de 2010

Projeto de Belo Monte é visto como ameaça

Obra da usina tem levantado discussões acerca da produtividade e custo ambiental

A construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, tem gerado uma polêmica que envolve questões sociais, econômicas e ambientais desde 1970. Estimada pelo governo em 19 bilhões, a obra visa o crescimento da demanda de consumo prevista para os próximos anos e será a segunda maior usina do país e fica atrás da hidrelétrica de Itaipú, no Paraná.


Uma questão que circunda o caso é o fato do rio Xingu ter sua vazão reduzida em épocas de seca, ou seja, os impactos causados pelas obras, se comparados com a geração energética da usina, é relativamente maior, segundo especialistas. E ainda, a hidrelétrica ocupará parte da área de cinco municípios do Pará, entre eles, Altamira, com cerca de 98 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Segundo a coordenadora de captação de recursos de empresas da ONG WWF-Brasil, Eliana Salmazo, esta é uma das questões a serem discutidas com o governo. "Temos que pensar não só na construção da usina de Belo Monte, mas também no planejamento da matriz energética brasileira, evento no qual entidades reúnem-se para discutir os próximos 10 anos de energia.”

Área de Belo Monte

Vale destacar que o Ibama concedeu a licença para a construção da usina por afirmar que a hidrelétrica de Belo Monte não atingirá diretamente as terras indígenas da região. Segundo o diretor de licenciamento do instituto, Pedro Alberto Bignelli, "existem mapas ao processo todo, e nenhum deles remetem essa influência direta, que é justamente a base dessa lei na qual o juiz deu o parecer".


Belo Monte começou a ser pensada na década de 70. Na época, ambientalistas de todo o mundo, além de índios e comunidades ribeirinhas se mobilizaram para impedir que a hidrelétrica fosse construída. Em 1986, o Plano Nacional de Energia Elétrica 1987/2010 foi concluído. Nele propuseram a construção de 165 usinas hidrelétricas até 2010, o que prevê o aumento de potência nacional de 43 mil megawatts para 160 mil.

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